EDUARDO CUNHA FOI PRESO E PODE
LEVAR UMA CENTENA DE DEPUTADO ; ALÉM DISSO, OS PRINCIPAIS
SENADORES DO PMDB ESTÃO NA LINHA DE TIRO E O PRÓPRIO SENADO FOI ALVO DE UMA
INÉDITA BATIDA POLICIAL;
A presidente Dilma Rousseff foi afastada porque
não conseguiu oferecer proteção à classe política, diante da Lava Jato, e não
pelo motivo alegado das pedaladas fiscais; o que muitos caciques esperavam é
que seu substituto, Michel Temer, fosse capaz de colocar em prática o plano do
senador Romero Jucá (PMDB-RR) de "estancar essa sangria", num acordão
que envolveria até o Supremo Tribunal Federal; no entanto, o tiro saiu pela
culatra; Eduardo Cunha foi preso e pode levar uma centena de deputados; além
disso, os principais senadores do PMDB estão na linha de tiro e o próprio
Senado foi alvo de uma inédita batida policial; incapaz, assim como Dilma, de
oferecer proteção, é Temer quem agora passa a correr riscos
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– Por
que a presidente Dilma Rousseff foi afastada do cargo? Oficialmente, em razão
das "pedaladas fiscais", uma prática comum a praticamente todos os
governos.
No entanto, Brasília inteira sabe que o
motivo real foi outro. Dilma não conseguiu deter a Operação Lava Jato,
oferecendo proteção à classe política. Muitos deputados e senadores chegaram
até a desconfiar de que Dilma pretendia levar a operação ao limite, provando
que ela, e apenas ela, não tinha rabo preso com a corrupção.
Foi nesse contexto em que surgiu a
conversa entre o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da Transpetro,
Sergio Machado, revelando a real natureza do processo de impeachment. Era
necessário "estancar essa sangria", contendo a Lava Jato, num acordo
que envolveria até o Supremo Tribunal Federal.
Eis a mercadoria que se esperava de
Michel Temer.
Ele, no entanto, não foi capaz de
entregá-la e hoje são seus aliados no processo de impeachment que entram na
linha de tiro.
O principal deles, Eduardo Cunha, foi
preso na última quarta-feira e, se vier a delatar, pode levar junto mais de uma
centena de deputados, comprovando a tese de que o impeachment foi "uma
assembleia de bandidos presidida por um bandido", como disse o escritor
português Miguel Sousa Tavares.
Se isso não bastasse, os principais
senadores peemedebistas foram alvo de acusações de propina nas revistas
semanais, na mesma semana em que o Senado foi alvo de uma inédita batida
policial.
Sem resultados na economia, com
popularidade baixíssima, e incapaz de proteger a classe política, é Temer quem,
a partir de agora, entrará na mira dos mesmos políticos que derrubaram Dilma.
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